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Uma antena nova para o seu PMR 446

Apesar de nos últimos anos se ter verificado um aumento de utilizadores da banda livre PMR446, a verdade é que também existiu algum “desânimo” e muitos foram os que guardaram os seus rádios nas gavetas e não mais os usaram, outros adoptaram a Banda do Cidadão, por ser igualmente uma banda livre, mas com maior alcance, em regra, do que os pequenos e fracos PMR446. Outros, ainda, simplesmente nunca mais pegaram num rádio… pelo menos até há bem pouco tempo, numa questão de menos de um ano, em que se notou um aumento substancial de utilizadores desta banda, mesmo com as suas condicionantes e especificações técnicas muitos mais rígidas que no CB.

Todos sabemos que existem por aí utilizadores da banda PMR446 que usam rádios não legais, rádios de bandas amadoras, rádios não homologados, etc. mas não somos fiscais, nem “policiamos” as frequências usadas, antenas, rádios, potências, etc. 

Não aconselhamos, pelas mais diversas razões, a utilização de rádios não PMR446 mas, também, não andamos, nem nos compete andar, atrás de quem os usa.

Com o aumento no mercado, de marcas e modelos de aparelhos absolutamente legais, verdadeiros PMR446 que, conforme devem saber, terão de ter antena integrada (não amovível), terão de ser portáteis, vulgarmente chamados de “Walkie Talkies” (não existem PMR446 móveis, nem fixos), terão de ter apenas 500 mW de potência máxima de emissão, existem actualmente rádios para todas as bolsas e alguns a preços bastante baixos, não sendo, inclusive, necessário, nem aconselhável, comprar fora da UE para que tenham a sigla ECC-Electronic Communications Committee – Comité de Comunicações Electrónicas (pois muitos, mesmo vendidos na UE, mas importados, trazem a etiqueta “CE” que não quer dizer “Comunidade Europeia” mas sim “China Export”).

Não há, actualmente, razão absolutamente alguma para não terem um (ou mais) rádios destes, totalmente legais, para si e para a família, já que alguns até são vendidos em “packs” de vários aparelhos e a muito bom preço, em Portugal.

sim, a necessidade cada vez maior de possuir um meio de comunicação totalmente independente da rede GSM, telefónica por fio ou fibra, Internet, etc., para, em caso de necessidade, numa urgência ou emergência (pessoal, local, regional ou nacional) poder contactar rapidamente os seus familiares e amigos próximos. Comunicar é sobreviver e é urgente saber comunicar, saber usar um rádio e saber a quem pedir ou poder prestar auxílio, ou mesmo, apenas para saber se estão bem e ter notícias deles.

Para isso fazemos o Treino Semanal do Plano 3-3-3 todos os sábados, escrevemos o Guia do Plano 3-3-3, emitimos a cada meia hora, via rádio o Boletim Informativo onde, em caso de necessidade, serão emitidas notícias e alertas urgentes e, a cada 3 horas, é emitido o Plano 3-3-3 para quem quiser praticar sem ser durante o Treino semanal, e ainda publicámos  o Manual de Iniciação às radiocomunicações livres (CB e PMR446) .

Ora, sabendo que hoje em dia se conseguem adquirir rádios extremamente baratos, e querendo escutar e chegar a alguém (ninguém compra um rádio com a intenção de não falar, não escutar e acabar na gaveta, esquecido) vou então descrever-vos um meio muito simples de obterem maior alcance e recepção que não é de modo algum ilegal, não retira em nada as três principais exigências da banda PMR446 e está ao alcance de qualquer um.

A Lei diz que, em PMR446, só pode ser usada uma antena integrada, mas não encontrei em lado algum, algo que dissesse que não se pode modificar a antena de origem do rádio. Embora as características de homologação do aparelho não poderem ser alteradas, mas, em caso algum, me poderão “responsabilizar” por incentivar algo ilegal já que, como disse, não encontrei em lado algum referência à pequena alteração que irei descrever. Fica ao critério e responsabilidade de cada um, procederem ao que irei descrever. 

Todas as Leis têm várias interpretações e antes que alguém venha dizer que incito à ilegalidade, fica a ressalva feita.

No PMR446 a antena é, geralmente, muito pequena e, como tal, tem pouco alcance, facto que leva muitos a optar pelos tais rádios não homologados, cuja antena se consegue desenroscar e colocar uma antena externa de maior comprimento, mantendo todos os outros parâmetros: continuam portáteis e com 500 mW de potência… já para não falar de outros casos que geram grande polémica.

Para alterar a antena original do rádio:

 

    1. Abra o seu rádio, com muito cuidado para não danificar nenhum componente electrónico, nem cortar nenhum fio, soldadura ou mesmo a antena de origem.
    2. Separe a “capa” de plástico rígido da antena, e comece agora o processo de alteração.
      1. Há rádios em que não é possível retirar esta capa, moldada na própria caixa, portanto verifique se existe a olho nu alguma “costura” na capa que leve a crer que a mesma se pode separar da caixa.
        1. Se a capa da antena não se separar da caixa, terá de adaptar o processo, mas sem separar a capa da caixa.
      2. Há vários métodos de alteração de antenas, dirão alguns, uns mais complexos que outros, e que envolvem maiores conhecimentos de electrónica, onde são acrescentados alguns componentes extras ao rádio, e outros, muito mais simples mas que irão transformar um rádio legal, em ilegal. Esqueçamos esses métodos, para já.
    3. De-solde, ou desparafuse, conforme o rádio, com extremo cuidado para não danificar o circuito nem nenhum dos seus componentes, a antena e o vivo da antena, de modo a ficar com ela totalmente solta, fora do rádio.
      1. Terá na sua mão, agora, a verdadeira antena, um simples fio metálico, mais grosso ou menos grosso, enrolado em espiral e aquilo que o unia ao circuito do rádio.
    4. Este é o passo mais trabalhoso agora: com paciência e calma, irá esticar esse fio de modo a obter uma antena perfeitamente recta, sem curvas, pois ninguém quer ter no seu rádio uma antena aos SS ou ziguezagues!
      1. Não vai ser fácil! A espiral foi enrolada por máquinas potentes que lhe deram essa forma e, muitas vezes, o fio é grosso e de metal nada maleável (nem todas serão de cobre) pelo que, provavelmente, irá precisar de o prender num torno de bancada e ir esticando e desenrolando, contrariando o metal que terá tendência a voltar à sua forma original. É um trabalho de muita paciência mas os resultados irão compensar.
    5. Pegue agora na capa plástica da antena que retirou e faça-lhe um furo na ponta, perfeitamente centrado, não muito mais largo do que a “nova” antena, para que a mesma passe a sair do rádio mas mantendo a capa original. Mas, se preferir, pode cortar a ponta (ou uns cm) da capa de plástico.
    6. Agora que já tem um furo na capa para a “nova” antena sair, e o fio perfeitamente esticado, basta refazer o processo inverso de quando a retirou:
      1. Passe o fio pela furo da capa e volte a soldar, ou aparafusar cuidadosamente a antena onde estava antes, et voilà, já tem a mesma antena original mas agora mais comprida, logo com maior alcance e recepção.
      2. Verifique se não danificou nenhum fio ou componente, e pode agora fechar o rádio, porque o último passo será feito já com o rádio montado e fechado.
    7. Uma vez que a “nova” antena tem agora fio metálico totalmente desprotegido da capa que possuía antes, convém protegê-lo para não o danificar, para lhe dar maior consistência e aspecto visual.
      1. O método mais prático é usar manga retráctil, por se moldar ao metal perfeitamente. No entanto, não corte a manga retráctil ao tamanho exacto do fio de arame, insira-o primeiro na antena, de cima para baixo, e alargue-o na base com algum objecto largo, por forma a que a manga retráctil vá envolver também a capa de plástico original (preferencialmente toda até ao ponto em que se une à caixa) o que, não só irá ajudar a dar maior estabilidade à antena, como também “dará um certo ar” de que foi feito assim de fábrica.
É ilegal? Não creio! Quanto muito perdem a garantia do rádio, pois a antena continua a ser a original, integrada, não pode ser retirada, nem desenroscada.

 

Este é, para mim, o processo, entre muitos que existem, que considerei mais simples e fácil de realizar sem alterar componente algum, usando a mesma antena que vem de origem, dando-lhe apenas um pequeno “toque pessoal”. 

 

Coloco agora um vídeo onde poderão ver, antes de fazerem, o processo de montagem e desmontagem do rádio e da antena, no entanto a antena usada neste vídeo não é a de origem, mas o princípio é o mesmo. Não aconselho esta opção demonstrada no vídeo por tornar o rádio ilegal perante a homologação a que foi sujeito. Mesmo mantendo a antena integrada, aqui já existe flagrante alteração, por substituição total, da antena original, conforme as especificações técnicas do rádio. No entanto, a ideia é, na sua essência, a mesma, e coloco o vídeo apenas como um meio de verem como se abre o rádio, se retira a antena original, se de-solda e solda de novo, etc. Repito, esta antena do vídeo altera as características do rádio, sobretudo se for alterado o tamanho da antena original, uma das características pelas quais o rádio foi homologado. 

 

 

Como sei que haverá quem ache a opção mostrada no vídeo bastante interessante e irão, certamente, experimentar fazê-la, deixo aqui alguns conselhos para que, pelo menos, não danifiquem os vossos rádios e possam fazer tudo perfeito de modo a poder ser refeito para o original, se o resultado não vos satisfizer

São, afinal, facetas que caracterizam um rádio operador, a curiosidade, a aprendizagem contínua e as experiências efectuadas, que, aliás, é conferida legalidade a um rádio amador, até para construir os seus próprios rádios, sendo mesmo incentivado a tal.

 

Conselhos:

  1. Vejam o vídeo todo primeiro e sem pressa de experimentar. Depois, uma segunda vez, já com o vosso rádio aberto à frente, para o irem comparando com o rádio do vídeo, antes de fazerem alguma coisa.
  2. Sigam as instruções que coloquei no texto, e as que estão no vídeo, à risca.
  3. A parte mais importante tem a ver com as medidas da antena que têm de ser exactas para a antena ficar bem calibrada para a frequência dos 446 MHz e esta medida conta-śe desde a placa de circuito impresso onde a antena original está soldada, ou aparafusada, até ao topo da mesma
  4. Poderão entender as medidas que terão de usar, na foto que anexo, e fica ao vosso critério o tamanho que preferem. O normal é uma antena de ¼ de onda, mas cada um saberá o que quer fazer. 
  5. Se o processo for bem feito e sem “incidentes”, pode ser reposto como estava de origem, com a antena original.

Uma vez mais, deixo a ressalva de que não me responsabilizo pelo que façam nos vossos rádios, fica ao vosso critério e inteira responsabilidade, optarem por qualquer tipo de alteração, aqui deixada, ou “inspirada” por este artigo.

 

 

Para os que querem manter os seus rádios integralmente de origem, sem alguma alteração, possuem rádios portáteis homologados, embora preferissem que os mesmos pudessem ser usados, pelo menos, como móveis, deixo-vos outra solução, totalmente legal. Note-se que o rádio portátil apresentado na foto, não é um PMR446, é um rádio que requer ser possuidor do CAN, mas serve perfeitamente como exemplo.

Aos audaciosos, desejo boa sorte e, já agora, contem-nos os resultados que obtiveram, sem esquecer que, mesmo com uma antena maior, a potência é a mesma e o PMR446 continua a preferir contactos em “linha de vista” (LOS) já que em UHF as ondas de rádio viajam quase inteiramente por propagação e reflexão no solo, têm pouca ou nenhuma reflexão da ionosfera.

Bons contactos, 73

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