Como nasceu a estação CB Arganaz
Como começou a minha paixão pelos rádios
Fiz a 4ª classe com 11 anos, oriundo de uma família numerosa e pobre, fui trabalhar para uma padaria das 22 ás 10 horas da manhã.
Como nesse tempo se trabalhava de noite e se descansava de dia, sempre foi meu objetivo ter outra profissão e, como tal, aos 15 anos matriculei-me num curso de eletrónica (Álvaro Torrão) por correspondência. Mas não deu os frutos que eu pretendia, ora porque o tempo era curto, ora porque naquela idade era melhor dormir do que estudar. Depois de lá ir estudando e praticando fui construindo as minhas galenas, mas não passou daí.
Entretanto fui para a tropa em 71 e então o bicho da eletrónica e das comunicações renasceu, mas foi de pouca duração porque a especialidade apenas teve umas noções básicas de como se operava um rádio, e mais de como se andava com ele ás costas.
A seguir ultramar (Guiné) e os rádios só de quando em vez se operavam.
Em 74 regresso do ultramar, casamento e de volta á padaria, mas não foi por muito tempo. Em frente á minha casa havia uma oficina de eletricidade que tinha nesse tempo um CB um GE 13B, foi então que surgiu a hipótese de, de dia o CB estar na oficina e, á noite ir para minha casa, e lá fiz a 1ª “passo em frente” e baptizei a minha primeira estação por Pisco. Era um autêntico pisco, de dia num sítio de noite em outro.
E porque estava farto de perder noites, e na esperança de vir a ser um operador de rádio, alistei-me na GNR, fiz alguns cursos, mas rádios nada. Até que, em 76, fui nomeado para fiel de armazém e aprendiz de Rádiomontador, até que enfim aí vêm os rádios.
Arranjei um um GE 13B avariado, de um colega, e conseguimos repará-lo, foi o verdadeiro começo mas sempre pirata (sem licença) grande exemplo.
Mais tarde fui fazer o exame de rádiomontador em Paço de Arcos no Exército e, imaginem, chumbei.
Fui tirado da oficina e posto numa central rádio como operador, mas gaiolas nunca foi o meu forte e ofereci-me para outro curso, que passei, e fui colocado em Santarém e claro com o meu um GE 13B sempre atrás de mim. E foi por essa altura que nasceu a estação Arganaz. Aderi ao GAS/CB (Grupo de Amigos de Santarém Cb) e fiz parte da direção do mesmo e, com a ajuda de colegas e amigos, propus-me a exame de rádioamador e propus-me ás 3 categorias passei em duas e chumbei na 1ª mas repeti o exame, passei já era CT1QC, mas nunca dexei o CB. Tive Cobra 142 um 146 e por último um 148 GTL.
Em 93 uma mudança de vida, um enfarte, veio a reforma por incapacidade e acabaram-se os rádios até que, em 2020, surgiu nova oportunidade e o Arganaz voltou, devagar mas está de volta. Claro que, entretanto, a licença de radioamador caducou, mas não sinto a falta.
Obrigado pela paciência e pelas ajudas que me têm dado 73 para todos
Carlos Gomes +conhecido pelo Kota
Estação CB ARGANAZ
Bom regresso! Obrigado pela história de Macanudo. Gostei.
Excelente história amigo Carlos Gomes, querer é poder, obrigado por partilhar 🙂 Viva o GE 13B haha rádio mágico.